O primeiro som


Nascer dói todos os dias

Crescer dói


O primeiro choro

As primeiras palavras

O aprendizado


Nascer também não dói


Onde há lágrimas também há sorrisos

Onde existem monossílabas existirão frases com melodias



Rosalina Herai






sexta-feira, 9 de maio de 2014

O ORFÃO, O MILAGRE. O DIA DAS MÃES DE UM ORFÃO

Hoje estou com pena de mim
Passeio meus olhos nos rostos de todas as mães
Só eu não tenho a minha

Olho o mundo e ele me desconhece
Olho a terra e ela sabe meu segredo
De onde vim pergunto a ela
E ela docemente me diz: - De mim

Que seios me amamentaram
Que mãos me tocaram
Como era se cabelo seus olhos
Ela era carinhosa?

Tenho a tristeza sentada ao meu lado
Espinha-me ela ferindo-me o coração com a saudade
Saudade de quem não conheci
Saudade dos braços mornos que aqueciam meu corpo recém chegado ao mundo

Ganhei um sorriso dos céus, um brilho de luz
Uma Senhora veio a assentar-se perto de mim
Me deu um abraço como nunca tinha recebido antes
Alisou meus cabelos com os dedos
Beijou-me com carinho e falou aos meus ouvidos a canção que apenas meu coração escutou

Sou sua mãe, aquela que procuras
Aquela que em todo tempo zela por seus caminhos
Aquela que a terra conhece
Aquela que os brilhos do sol trazem para confortá-lo e dizer
Siga em frente, sou sua mãe e te amo
Sou sua mãe e sempre estarei a cuidar de ti

De longe alguns o olhavam
O que estaria acontecendo com o menino orfão
Triste menino sem mãe num dia tão importante
E Até Deus ali presente dá-lhe a mãe querida
 O abraça e o faz feliz a mais feliz das crianças
A felicidade ali é deslumbrante


Rosalina Herai

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