Por que em nós formam frases por dentro,
Por que fazem tantas ruas?
Será que apenas abrem portas
Das ruas que já existiram
Desde antes dos antes?
Brincaram os olhares
Quando tragaram as paisagens.
Quiseram doá-las e presenteá-las,
Enfeitarem todas as ruas
De tantos interiores.
Abriram avenidas,
Soltaram a loucura;
Abriram os teatros
Mais coloridos do mundo.
Ensinaram os interiores
Com as paisagens que doavam.
Aos loucos bateram palmas
Por desafiarem os normais.
Reajam, ó embolorados!
Se limpem nas fragrâncias da vida!
Venham, sejam muito bem-vindos!
Bem-vinda, filosofia dos loucos
Fiquem em pé e recitem o eu maravilhoso que escondem,
E que talvez ninguém conheça.
Metais, pedras, pedestres,
Não sentem saudades do agreste,
Dos caminhos de terra,
Dos jardins naturais?
Onde estão os colossais,
Os mitos,
A vida?
Pobres e coitados pés,
Pés cobertos por pedras,
Querendo sentir o frescor da existência
Passearem pelas ruas onde os olhos são caminhantes
Que impulsionam os corações.
Nos olhares que precisavam das paisagens
Porque estavam vivos e não mortos, e não sabiam.
Rosalina Herai
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