O primeiro som
Nascer dói todos os dias
Crescer dói
O primeiro choro
As primeiras palavras
O aprendizado
Nascer também não dói
Onde há lágrimas também há sorrisos
Onde existem monossílabas existirão frases com melodias
Rosalina Herai
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
A flor e a rocha
Foi assim, em meio a pedregulhos nasci, uma semente que com raíz forte que se fixou,
pequena e frágil ao mesmo tempo, que lutava contra as intempéries.
Meu Deus gritavam os anjos da guarda e ele por algum motivo penetrava minhas raízes deixando-as
firmes e fortes, destemida contra os trovões.
Agasalhei-me do vento, da má sorte, da própria tempestade que me molhava até os ossos. Agasalhei-me do olhar e de outro olhar me aqueci...lá estava o sol.
Com a rocha conversei, e ela sisuda me perguntava o que eu estava fazendo ali.
Por causa dela me tornei apaixonada, admirada de sua força passei a ama-la. Aos poucos cresci e meus brotos nela descansavam. Ela aos poucos foi se tornando mais dócil e me protegia e eu fui ficando colorida por aquele sol que lançava sobre minhas novas folhas e brotos, coloridos. Fiquei bela e a enfeitei. Forte, com raízes tão profundas descansava eu sobre ela a embelezar seus dias.
Um dia veio outra intempérie, era o tempo. Lá estava eu, sentia que ficaria frágil. Vi que em mim saches existiam, presentes de Deus: eram sementes. Quis doa-los a minha melhor amiga, os soltei e adormeci.
Minha amiga depois da saudade me viu em outras como eu. Coloridas, todas elas pareciam comigo, eu lhe dera seu primeiro jardim. Ao olha-la ela estava toda soberba.
Somos as flores do campo, os primeiros lírios que Deus abençoou, que forram de perfume o ar exalando-os na natureza, livres sem pedir nada.
Uma vida fincada em rochas, em pedregulhos, pelas mãos de Deus. Um milagre a desafiar as intempéries.
Rosalina Herai
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