O primeiro som


Nascer dói todos os dias

Crescer dói


O primeiro choro

As primeiras palavras

O aprendizado


Nascer também não dói


Onde há lágrimas também há sorrisos

Onde existem monossílabas existirão frases com melodias



Rosalina Herai






domingo, 9 de janeiro de 2011

Os olhos de marajoara


Os olhos de marajoara
são risonhos e inocentes
brincam olhando a vida
com ela conversam contentes

Os olhos de marajoara
riscam desenhos nas cerâmicas
traçam os caminhos nas matas
são mapas que os brancos desconhecem

Que lindos os olhos de marajoara
sua pureza a fez falar com tupã, com jaci
eles a ensinaram interpretar
as linguagens da selva

Aprendeu a falar com as águas
a ler o tempo no vento
escutou o seu assobio
chamando todo seu povo

Marajoara tão triste
com olhos cheios de lágrimas
pediu para tupã ajudar
os irmãos da tribo

Risque marajoara a cerâmica
conte as suas histórias
mande recados aos povos
nos mapas que um dia entenderão

Hoje cerâmicas guardadas
nos museus segredos guardam
ainda não aprenderam a ler
os olhos de marajoara

Marajoara contou com seus olhos
na linguagem de tupã
a história de sua tribo


Rosalina Herai

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